segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pulso.

Você segura na mão, dá um nome, aquilo pulsa, pulsa, pulsa vigorosamente. Por tempos você acha que aquilo vai pulsar pra sempre, ágil, saudável, vivo.
Então os batimentos perdem velocidade, vão se arrastando um entre o outro, lentos, extremamente lentos. Sufocando-se em sua própria lentidão. Até que eles cessam. Param. Morrem.

O tempo passa.
Você caminha, bebe, fuma, olha. Não existe mais nada que pulse daquela forma, e nem irá existir.

E um dia tropeça.
Percebe que já tropeçou inúmeras vezes, mas só desta vez repara no que acabara de tropeçar. Era vivo. Pulsava.

E então segura na mão, dá um nome...
Até que um dia aquilo não morre mais.
Está pulsando, da maneira mais bela e viva possível.
Mas agora não pulsa em suas mãos.
Pulsa em você, e se um dia parar de pulsar, 'aquilo' não será o único a falecer.